Comunicações críticas: os novos padrões para as redes móveis privadas
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Reservadas durante muito tempo para o transporte de voz, as Redes de Rádio Móveis Privadas (PMR) estão em plena expansão com o 4G e em breve o 5G. Elas agora podem servir para enviar dados complexos, e estão despertando o interesse crescente dos fabricantes e das autoridades locais.
Ataques terroristas, desastres naturais, acidentes, intervenções policiais: estes eventos exigem um sistema de comunicação operacional e resistente em qualquer lugar, a qualquer hora. Esta é a missão dos sistemas de comunicação críticos baseados em Redes de Rádio Móveis Profissionais ou PMR (Professional Mobile Radiocommunications), disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Estes sistemas inicialmente analógicos se tornaram digitais com a chegada dos padrões TETRA (Terrestrial Trunked Radio) nos anos 90 e, em seguida, o padrão DMR (Digital Mobile Radio) em 2005. Graças à tecnologia LTE (Long Term Evolution), eles possibilitam agora novos usos para as entidades profissionais.
“O mercado das comunicações críticas está em plena expansão. Estamos vendo, há já um ou dois anos, uma transformação em termos de uso possibilitada pela tecnologia LTE (Long Term Evolution), ou seja o 4G e em breve o 5G, que permite integrar dados além da voz”, explica Fouad El Mernissi, International Business Development Manager da Axians, a marca especializada em TIC da VINCI Energies.
Nas pistas do aeroporto, por exemplo, os bagageiros, agentes de rampa ou agentes de tráfego serão equipados com Smartphones que lhes permitirão continuar comunicando-se da mesma forma que em seus terminais TETRA atuais (através de um aplicativo “Mission Critical Push To Talk”), mas também serem capazes de transmitir fluxos de vídeo de alta definição para o centro de controle do aeroporto.
Um requisito prévio: a frequência
As primeiras redes privadas 4G foram instaladas recentemente. Há um requisito prévio: dispor de frequências privadas distribuídas pelas autoridades reguladoras. Na Europa, a situação permanece bastante heterogênea por enquanto.
Na França, a Autoridade Reguladora das Comunicações eletrônicas e dos Correios (ARCEP) dedicou 40MHz na banda de frequência de 2,6 GHz às redes privadas. A Holanda e a Alemanha também concederam frequências, o que ainda não é o caso em Portugal, na Bélgica ou na Suécia.
“É um mercado com um enorme potencial, especialmente com a chegada do 5G”.
As operadoras de telecomunicações que possuem frequências também estão dispostas a propor serviços aos profissionais com base em suas redes móveis nacionais.
Com o advento do 5G, as operadoras têm a firme intenção de se posicionar neste mercado, propondo soluções para as entidades profissionais. “Este é um mercado com enorme potencial, especialmente com a chegada do 5G, que não é lucrativo para as operadoras somente no mercado do público geral. Na verdade, o 5G também vai interessar o BtoB“, diz o Business Development Manager da Axians.
Redes dedicadas para permitir maior confiabilidade e disponibilidade
As redes PMR, reservadas para a entidade profissional que as implanta, permitem oferecer um alto nível de qualidade de serviço de maneira confiável, contínua e segura.
Por isso, são a alternativa ideal às redes das operadoras públicas que podem encontrar problemas de capacidade ou até ficar saturadas com a multiplicação de chamadas durante um evento excepcional, como um desastre natural ou um ataque.
As redes PMR também são projetadas para atender necessidades específicas em termos de cobertura em um local industrial, por exemplo, ao contrário da cobertura das redes das operadoras que pode ser insuficiente em determinados locais estratégicos no campus.
Foco
A Axians continua dinâmica em um mercado em crescimento
Como integradora de sistemas com uma forte cultura de P&D, a Axians está presente neste mercado em plena evolução tecnológica. Em 2019, a VINCI Energies adquiriu duas empresas posicionadas neste nicho, a Sysoco na França (que ganhou o novo nome Axians Redes Móveis Privadas) e a Koning & Hartman na Holanda. “A Axians possui a experiência e competência históricas de integração e gerenciamento de redes PMR. Hoje, estamos prontos para acompanhar o salto tecnológico já iniciado para as redes privadas 4G e em breve 5G.”, acrescenta Fouad El Mernissi, que considera que as redes PMR da próxima geração estão definindo as redes de alta velocidade de comunicações críticas para os serviços de competência exclusiva do Estado e para a indústria 4.0 de amanhã.
15/04/2021