Os gêmeos digitais estão revolucionando a indústria ao otimizar a fase de desenvolvimento de um projeto ou mesmo o uso de uma instalação ou equipamento. A Actemium apresenta seu retorno de experiência.
Em funcionamento desde o início de 2019, a nova linha automatizada de embalagem de cédulas da gráfica do Banco de França em Chamalières (Puy-de-Dôme) é um concentrado de tecnologias com suas ilhas robotizadas e outros AIV (Autonomous Intelligent Vehicles). Este novo local permite automatizar totalmente seis linhas de produção em uma área de 1.600 m² e separar a segurança do operador da segurança das cédulas bancárias.
“O uso de gêmeos virtuais é um grande acelerador para o comissionamento de novas instalações.”
Este feito, realizado pela ISI, um integrador de soluções industriais membro da rede Actemium (VINCI Energies), deve muito ao mundo virtual. Desde o estudo de viabilidade até ao mapeamento dos processos, a modelagem da oficina, mesmo antes de sua realização física, permitiu estudar os diversos cenários de automatização e avaliar, como em uma situação real, as melhores soluções a serem instaladas.
“O uso de gêmeos virtuais é um grande acelerador para o comissionamento de novas instalações, explica Xavier Huchet, Business Developer da Actemium Cournon Engineering. A capacidade de fazer evoluir uma máquina em tempo real sem ter que construí-la não só economiza tempo e dinheiro, mas permite também reunir várias profissões para trabalhar ao mesmo tempo na mesma maquete digital.”
Entretanto, isto exige que as diversas partes envolvidas (operador principal e fornecedores) se conheçam bem e dominem perfeitamente este tipo de processo. “Um gerente de projeto atua como o maestro em uma orquestra”, explica o responsável da Actemium Cournon Engineering, que há dois ou três anos vem gerenciando todos os seus projetos em realidade virtual e com os gêmeos digitais.
Outra grande vantagem deste modo de concepção: “as trocas com o cliente final são mais frequentes e fluidas, observa Xavier Huchet. Com a simulação, ele pode visualizar diretamente o impacto desta ou daquela solução sobre o funcionamento dos motores, o ritmo, o consumo de energia, etc. Temos assim um feedback do usuário, que é muito valioso, especialmente para os protótipos.”
Otimizar a finalização do processo
A Actemium já tem experiência em projetos industriais adotando tecnologias virtuais. Para a empresa de metalurgia Aubert & Duval, a marca da VINCI Energies utilizou um capacete de realidade virtual permitindo ao cliente projetar-se no ambiente de uma futura cabine de controle e assim verificar sua ergonomia.
O mesmo processo para a mesma finalidade foi utilizado para uma estrutura de montagem e de ajuste de um equipamento de armamento para um cliente do setor de defesa.
“Para um outro cliente da indústria alimentícia, que queria uma área de manutenção de caixotes e bandejas, pudemos verificar internamente que tudo estava funcionando bem, testando virtualmente nossos programas e todos os casos de uso (sensores defeituosos, bandejas ausentes, etc.)“, observa François Gsell, dirigente da Actemium Cournon Engineering.
“Geralmente, acrescenta o dirigente, temos pouco tempo para a fase final de desenvolvimento do processo, que requer um ajuste fino. Com o projeto virtual, podemos antecipar esta etapa e otimizá-la.”
Foco
Projeto IP13: uma construção… também em 3D
Lançado em 2015, o projeto IP13 (Ivry-Paris XIII) visa reconstruir a planta de incineração de resíduos em Ivry-sur-Seine (Val-de-Marne). Esta obra de grande porte, cuja primeira fase (a unidade de valorização energética) deverá ser comissionada no final de 2023 – início de 2024, utiliza uma série de ferramentas tecnológicas, começando pela virtualização.
Neste projeto de um valor de cerca de 110 milhões de euros, em consórcio com a Satelec para o lote ECC (eletricidade e controle e comando) e a Systèmes Incendie, a Actemium modelou seu trabalho preparatório com base em uma maquete elaborada escaneando em 3D as áreas existentes.
“A construção da planta foi completamente modelada usando uma maquete 3D REVIT, produzida pelo escritório de arquitetura AIA Life Designers com o construtor da estrutura, o consórcio Eiffage/Chantiers Modernes Construction“, explica Elisa Pflieger, dirigente da Actemium Paris Major Projects.
Desde então, seguindo o avanço dos estudos de execução, cada interveniente integra seus elementos, suas reservas, ou seus esclarecimentos: paredes, salas, lajes, divisórias, portas, etc. para a engenharia civil (Eiffage/Chantiers Modernes Construction); equipamentos de manutenção e combustão de resíduos, caldeira, gerador de turbina, sistema de tratamento de fumaça, tubulações, etc. para o processo (VINCI Environnement/Hitachi Zosen Inova); e subestações e transformadores de MT e AT, quadros elétricos de baixa tensão, grupos geradores, inversores, armários e caixas, redes e diversos equipamentos para instalações elétricas (Actemium/Satelec).
Resolução antecipada dos problemas
“A integração de todos os elementos da construção desta forma permite visualizar e resolver antecipadamente as incompatibilidades técnicas, ou ter uma melhor visão dos volumes disponíveis e dos espaços limitados, a fim de integrar o equipamento da melhor forma possível”, observa Elisa Pflieger. “Ela também oferece a possibilidade de fornecer às equipes de operários extratos da maquete para facilitar seu trabalho no campo”, acrescenta ela.
Finalmente, deve-se notar que o uso de capacetes de realidade virtual também permite navegar na maquete a fim de, por exemplo, verificar e validar certas partes do projeto da estrutura.
11/03/2021