La lumière artificielle est vitale à l’activité humaine mais nuit à la biodiversité. A luz artificial é vital para a atividade humana, mas nociva para a biodiversidade. Para reduzir seu impacto sobre a fauna e a flora, é preciso equipar-se com as mais recentes tecnologias que modulam a iluminação noturna consoante as necessidades e permitem otimizar o consumo de energia.
Um perigo para a fauna e a flora
Perante a diminuição da biodiversidade, costuma-se culpar o aquecimento climático, e mais raramente a poluição luminosa que, até recentemente, permaneceu desconhecida do público geral. Contudo, o uso maciço da luz artificial acarreta um verdadeiro dano para o ecossistema; a tomada em consideração deste fato há uns quinze anos permitiu realizar numerosos estudos sobre os efeitos da iluminação noturna. A constatação feita por todos os estudos é preocupante: a luz artificial perturba os ciclos de reprodução e de migração da fauna, constituída por 30% de vertebrados e por 60% de invertebrados noturnos, desorientando o voo dos insetos e impedindo a caça das espécies predadoras.
A incidência da luz artificial é maior ainda sobre a flora porque acelera a germinação das flores — que crescem com a fotossíntese. Também se constata um aumento da mortalidade das espécies polinizadoras como as abelhas, cuja diminuição inquietante foi amplamente comentada na imprensa. Esses efeitos podem parecer de pouca importância, mas na realidade, provocam um desequilíbrio em todo o ecossistema do qual os seres humanos, é bom lembrar, são parte integrante. Aliás, os próprios seres humanos não ficam imunes, já que uma sobreexposição à luz perturba o ritmo circadiano, acarretando uma degradação do sono, déficit de concentração e desequilíbrio hormonal.
Rumo ao smart lighting
No meio urbano onde domina esta poluição, vários tipos de medidas foram tomadas para conciliar a atividade humana, que necessita de luz, e a biodiversidade: em primeiro lugar, surgiu uma nova geração de aparelhos que dirigem melhor o feixe nas estradas e nos usuários, e que reduzem a emissão de luz em direção ao céu. Em seguida, chegaram as LED que aumentam a eficiência energética e reduzem o desperdício. Por último, a « temperatura de cor » : descobriu-se que as luzes demasiado brancas provocavam mais perturbações; por isso, os equipamentos mais recentes exibem tons mais quentes tendendo para o amarelo.
Mas otimizar a iluminação noturna requer antes de mais sua adaptação à atividade humana: durante uma noite de inverno, a demanda de luz artificial é muito mais forte que no verão, no mesmo horário. Qualquer solução perene requer que a iluminação seja modulada consoante as necessidades: é o smart lighting, uma iluminação inteligente, sendo autônoma, capaz de detectar a chegada de um pedestre ou de um carro e fazer variar o nível de luz de 10% à 100%. Essa política de gradação começa a ser integrada nas realizações de obras públicas: seu custo é mais alto que aquele das iluminações padrão, mas a despesa inicial é rapidamente amortizada pelas economias de energia realizadas.
Favorecer a concertação entre entidades públicas e privadas
Por uma vez, as iluminações reguladas têm o mérito de serem mais eficientes e mais ecológicas. As empresas deram-se conta desse fato, e cada vez mais propõem a detecção de presença nos contratos de iluminação.
Mas para que essas medidas tenham uma incidência à escala da coletividade, as autoridades públicas seguir o mesmo rumo. É o que fazem as cidades que implementam zonas verdes ou azuis, zonas onde a iluminação é reduzida para preservar a biodiversidade. A cidade de Niort, eleita capital francesa da biodiversidade em 2013, prevê até de demarcar uma zona negra, sem qualquer iluminação artificial, no seu próximo plano de iluminação.
Essa tomada de consciência do impacto do urbanismo sobre a biodiversidade deve muito ao encontro entre atores públicos (as autoridades locais) e privados (as empresas de iluminação) em espaços de concertação como a Associação francesa de iluminação (AFE) ou o Cluster Lumière de Lyon. Na verdade, o melhor meio para diminuir a poluição luminosa é a intervenção do legislador. As leis ambientais integraram as recomendações para a iluminação mas falta um dispositivo vinculante para que sejam verdadeiramente eficazes.
Não se trata de acabar com a luz artificial, mas é necessário encontrar um compromisso entre a continuação da atividade humana e a redução das perturbações luminosas. As novas tecnologias permitem hoje diminuir o impacto da iluminação sobre a biodiversidade e otimizar o consumo de energia. Para tal, os atores públicos e privados devem entender que o investimento será rentabilizado ao mesmo tempo em que garante a preservação do ecossistema onde evolui o ser humano.
17/09/2018