Para atender à crescente demanda mundial por eletricidade de forma equitativa, é necessário construir e desenvolver comunidades de energia renovável e local.
Olhando à nossa volta, vemos como é fácil interagir com os complexos sistemas de geração, transformação, transmissão e distribuição de eletricidade que nos acompanham em nossa vida diária.
No entanto, esta realidade não existe em todo o mundo. É o caso dos países em desenvolvimento, que estão, além disso, enfrentando um novo desafio. O crescimento da população mundial está disparando.
“Melhorar o acesso à energia não se faz a qualquer preço”
Segundo as estimativas, em menos de 30 anos, a população mundial aumentará em 3 bilhões de pessoas, levando a um aumento na demanda de energia nos países já equipados com uma rede de produção e distribuição de energia segura e de qualidade. Este crescimento demográfico também representará um desafio para as comunidades em desenvolvimento com infraestruturas e instalações ainda precárias, que deverão desenvolver seus sistemas energéticos.
As operadoras do setor da energia assim como a sociedade na sua globalidade estão em uma fase de transição energética rumo a um modelo sustentável e responsável no qual entidades como o Conselho Mundial de Energia zelam para que a demanda crescente seja atendida de forma equitativa, segura e sustentável em todo o mundo.
Modelos descentralizados
É a chave para superar o desafio energético de amanhã: melhorar o acesso à energia não se faz a qualquer preço, mas garantindo seu fornecimento com soluções inovadoras para a manutenção, a operação e a proteção das redes elétricas, respeitando ao mesmo tempo o equilíbrio econômico, ambiental e social em escala internacional.
A integração deste novo modelo global significa a migração para um sistema de geração de energia renovável, com novas tecnologias de armazenamento e redes inteligentes (smart grids) baseadas em modelos energéticos descentralizados.
Os novos sistemas de geração local de energia renovável permitem fornecer energia a comunidades isoladas e dispor de geradores de energia próximos ao local onde a energia será consumida, reduzindo assim sua pegada de carbono.
Essas comunidades se constituem como entidades jurídicas que visam gerar benefícios ambientais e econômicos para a população local, ao mesmo tempo em que buscam um equilíbrio, difícil de alcançar, entre a redução dos custos de energia, o aumento da eficiência energética e o aumento da produção de energia para atender à crescente demanda global.
Isto lhes permite agir de forma autônoma quando devem tomar decisões sobre questões que vão além da geração de um lucro puramente econômico. Toda esta situação cria um espaço de oportunidade que a sociedade atual deverá aproveitar.
14/04/2022